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Visitantes no Aterro Sombrio
Frank, não vou mais colher frutas sombrias
Perdão, mas tenho muito medo de voltar aos campos. Não por causa da escuridão, nem por causa da água agitada do córrego. É o pescador. Ontem, eu o vi descendo pela correnteza. Sua barba grisalha e calças surradas, seu barco lento e constante deram-lhe uma aparência inofensiva. Quando me viu na margem, ele pausou seu trabalho para conversar, suas luvas desgastadas estavam manchadas de azul cerúleo, consequência de ter colhido frutas no nosso ponto de colheita. Perguntei a ele se não tinha medo de cair no poço de lama que se estende pelo campo. Afinal, a noite é escura e o solo é traiçoeiro. Ele disse: "Que nada, os Deuses das profundezas me concederam sua sorte! Eles se levantarão iluminados para dançar uma última valsa com os mortais!", disse chacoalhando violentamente suas mãos azuladas. Concordei com a cabeça educadamente. Conforme o rio o levava para longe, jurei que nunca voltaria ao Campo de Frutas Sombrias. Se elas florescessem de dia, eu não me importaria, mas encontrar um estranho completamente insano sob a luz do luar, aí já é diferente! Espero que você entenda.
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Uma cidade de estranhos
Recentemente, a entrada de estranhos preocupa a mim e meus trabalhadores, ainda pior, perturba os negócios. Liane escreveu para mim sobre um certo "incidente" que sofreu à beira do rio. É perturbador, certamente, mas eu tentei convencê-la a continuar trabalhando. Se ninguém mais tiver coragem para entrar nos campos lamacentos à noite, os negócios irão para o brejo. Imagino que ainda tenhamos algumas frutas sombrias no estoque, mas é questão de tempo até que elas acabem. Como vamos produzir nossos vinhos e geleias? Queria que Liane tivesse encontrado o outro estranho. O barbeiro foi de fato estranho, passou todo aquele tempo no topo da torre do forte, encarando as constelações, mas pelo menos ele não estava transtornado. Se ao menos ela o tivesse visto à margem do rio, enquanto colhia tranquilamente as frutas à meia-noite, eu ainda teria um fornecedor!
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